5 dicas para incentivar a leitura, aproximando as crianças e os jovens dos livros
Artigo da Editora Bambolê de 17 de Julho de 2014:
Ler é bom demais! Quem já descobriu o prazer de se perder nas páginas de um livro sabe bem disso. Mas muitas crianças e jovens ainda não tiveram esse privilégio, porque ou nunca foram apresentados a esse mundo fantástico, ou foram apresentados da forma errada. Por isso, achamos muito legal quando dicas são publicadas para ajudar a promover esse encontro. E como ideia boa sempre é bom repetir, resolvemos republicar algumas dicas, com uma pitada de encantamento, esperando que elas ajudem a incentivar as crianças e os jovens a descobrir essa magia.
Nem vamos citar aqui o quanto a leitura é importante para a memória, para o desenvolvimento do vocabulário, para a sociabilização, pois isso todo mundo sabe. Podemos lembrar como ler é delicioso, como um bom livro vira um amigo companheiro, um confidente, em muitas horas alegres e tristes, como pode ajudar não só a passar o tempo numa sala de espera, no transporte, mas a fazer cada um - criança, jovem ou adulto - entender o próximo ou compreender o mundo através de olhos diversos.
Então, separamos 5 dicas para vocês. Vamos lá:
1. Leitura e obrigação não dançam uma música legal
Associar a leitura com obrigação, em casa ou na escola, é como tentar dançar samba, quando está tocando bolero. Vai desandar, perder o ritmo. Até vale entrar na pista de dança para sair do lugar, mas não é o ideal. O encantador da leitura é o encontro. É o livro que encontra o leitor, é o leitor que encontra o livro. Não dá para ser um encontro obrigado. Então, vamos incentivar a leitura, mas sem usá-lo como mote para qualquer tipo de avaliação.
Acreditem, os melhores textos para interpretação de texto são os de não-ficção. Provavelmente se os autores de ficção fizessem as provas de interpretação que são produzidas para seus livros, eles seriam reprovados. :)
2. Gosto do leitor precisa ser respeitado. Deixem o saudável e não saudável para a comida.
Hábito de leitura é igual relacionamento. Começa com uma troca de olhares, uma conversa aqui, outra ali, uma piscadela para a capa, uma olhadinha no texto da quarta capa ou da orelha, e quando vai ver, aconteceu. O leitor está ali, desligado do mundo, igual o logo da nossa editora, com a carinha vidrada, virando página a página, louco para saber o que vai acontecer, doido para chegar na última página. E quando chega lá, dá aquele sentimento de vazio, de festão que parou a música. E esse leitor que começa a se apaixonar, fica com vontade de mais. Às vezes é igual biscoito gostoso, dá sempre vontade de comer mais um. E o que ele faz? Procura outro livro. Do mesmo género, do mesmo autor. E o que isso tem de errado? Nada. É assim mesmo.
O que importa é que ele descubra o prazer da leitura. Porque uma vez que esse bichinho do bem estiver dentro da cabeça, é para toda vida. Ele vai começar com histórias em quadrinhos, ou com livros-diários com mais figuras do que texto, ou com histórias de detetives, ou com romances de bruxos ou princesas, ou com qualquer outro género. Não importa. O que importa é que ele começou. E depois que esse bichinho e seu leitor se alimentarem de todos esses livros, eles vão querer mais, de outros géneros, de outros autores. Pois não há quem coma bife a milanesa todo dia, no almoço e no jantar, que uma hora não canse desse tipo de comida e queira outra coisa. E aí é a hora de começar a mostrar outras opções, deixar provar. Alguns eles também vão gostar, outros não. Sem problemas. Quem sabe um dia seu leitor passe a gostar, mas vai ser no tempo dele.
Então, incentive sua criança ou seu jovem nessa fase que ele está apaixonado. Vá colocando outros alimentos no prato, aos poucos. Cada um no seu tempo.
3. Exemplo bom é melhor do que mil palavras
Se você para no sinal vermelho, devolve o troco que veio a mais, guarda seu lixo para jogar na lixeira, nem precisa dizer muito para a criança ou o jovem. Eles pescam que tipo de pessoa você é.
Se você está sempre com um livro nas mãos, está sempre comentando, entusiasmado, sobre os livros que está lendo, ou de vez em quando para a família para ler um trecho que achou lindo, engraçado, triste, incrível, eles vão perceber que deve ser uma coisa boa esse hábito de ler.
E não se esqueça que essa relação pode começar cedo, quando as crianças ainda nem conhecem o alfabeto. Podem começar com aquele momento aconchegante, em que eles vão encontrar um colo macio e uma voz mais macia ainda, lendo histórias para eles.
Nada melhor do que crescer no meio de livros. Faça uma pequena biblioteca na sua casa, mas não deixe que os livros fiquem restritos a esse espaço. Espalhe livros pela casa. Tenha-os sempre a mão, em todo lugar. Crie cantinhos de leitura com pufes, sofás confortáveis, tapetes emborrachados, paredes pintadas com temas alegres.
Mas não pense que esses exemplos devem vir só de casa, não. As crianças olham seus professores como verdadeiros ídolos. Imagine se eles encontrarem esses leitores apaixonados em sala de aula também. Bingo! É gol em final de campeonato. E não precisa ser só o professor de português, não. Pois leitor não tem idade, sexo, time de futebol ou religião. Leitor somos todos nós. :)
4. Que tal um cinema, um teatro, uma feira literária?
Sabe aquela nossa planilha de orçamento, com todas as despesas do mês, incluindo a linha do lazer? Pois é, por que será que ninguém pensa que livro também é lazer? Nossa, alguém já parou pra pensar na quantidade de endorfina (hormona do prazer, aquele que permite que nada nos tire do sério) que um bom livro pode produzir?
Pois é, o prazer de mergulhar em páginas e páginas de um bom livro tem efeito calmante, analgésico, inibe o estresse, a ansiedade, fora que torna a pessoa um cara bom de papo. Então, na hora que for pensar em programas para relaxar e se divertir, inclua também livrarias, bibliotecas, eventos literários, como feiras, bienais e outros. Estar no meio de tantos livros, quando se gosta de ler, é como estar no meio de uma loja de doces, quando nasceu formiga. :)
E não esqueça também de outras formas narrativas, como peças de teatro e filmes. Às vezes, um filme leva ao seu livro, ou vice-versa.
Está sem dinheiro pra sair?
Que tal fazer de sua casa um ponto de encontro divertido? Reúna os amigos, algumas comidinhas, e monte um clube de livros.
5. Incentive a busca pelo conhecimento
Sabe quando você sai dirigindo para uma cidade que não conhece e, na estrada, fica com a sensação de estar perdido? O que você faz? O lógico seria parar e perguntar. Mas tem muitas pessoas que têm vergonha, acham que não precisam, que vão descobrir sozinhas. E é verdade que até conseguem, mas a viagem acaba ficando com sinónimo de chata, stressante.
É assim com o livro também. Se você desanima porque não entende várias palavras, o enredo, ou a forma da narrativa, você associa o livro com algo chato. Então, quando isso acontece com a criança ou o jovem, é pior ainda. Assim, vá além da história. Incentive os jovens leitores a perguntar ou pesquisar sobre qualquer coisa que não entenderam.
Vocês podem ir mais longe ainda. Se o autor for vivo e tiver um site, blog ou facebook, incentive a troca de mensagens com o autor. Ou descubra em que evento literário o autor estará e vá até lá conhecê-lo. Com certeza, os dois lados vão curtir essa troca.
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