Crianças refugiadas são protagonistas de "contos sem fadas"
«A UNICEF conseguiu aquilo que poderia parecer impensável: animar uma história que de animação nada tem. O diretor criativo destes "contos sem fadas" explicou à VISÃO Solidária como foi contar estas histórias. Veja os vídeos das histórias aqui.
"Tinha brinquedos de que gostava muito. Quem me dera que os pudesse levar comigo". Mustafa tem 13 anos e é uma criança como tantas outras. Se pudesse, levava para todo o lado os seus brinquedos. A diferença é que Mustafa deixou a sua casa na Síria e a viagem foi longa e dolorosa.
"Tinha brinquedos de que gostava muito. Quem me dera que os pudesse levar comigo". Mustafa tem 13 anos e é uma criança como tantas outras. Se pudesse, levava para todo o lado os seus brinquedos. A diferença é que Mustafa deixou a sua casa na Síria e a viagem foi longa e dolorosa.
Através do lançamento de três filmes de animação baseados em histórias reais, os Unfairy Tales (contos
sem fadas), a Unicef pretende "fomentar atitudes positivas
relativamente às dezenas de milhões de crianças e jovens em trânsito"
por vários países, explica a instituição das Nações Unidas em
comunicado.
A organização pretende
alertar a população mundial para o drama das crianças refugiadas que,
nas suas jornadas até ao país de acolhimento, perdem os seus brinquedos,
mas também familiares e amigos.
Eduardo Marques e Rafael Rizuto foram os responsáveis por transformar três experiências reais em três contos que não são de fadas.
Os diretores criativos da campanha explicaram à VISÃO Solidária que o
maior desafio dos filmes foi "trazer um lado infantil e doce a estas
histórias". Ao trabalharem no projeto na Califórnia, oferecendo o seu
trabalho pro bono, o seu objetivo era contribuir para que a população se envolvesse na causa dos acolhimento dos refugiados.
"Todo
o mundo conhece o fenómeno dos refugiados. Sabemos os números, não as
histórias das crianças. Podíamos simplesmente lançar as entrevistas na
internet, mas queríamos chamar as pessoas", asseguram, referindo-se às
conversas que tiveram com as crianças que acabaram por inspirar os
filmes.
Envolvido no desafio de
contrastar "a realidade com a animação", Eduardo Marques garante que
para as crianças não foi difícil falar. "Elas querem desabafar e contar o
que lhes aconteceu. Difícil é para nós ouvir", afirmou.
Questionados
sobre os desafios seguintes desta campanha humanitária global, os
diretores criativos da agência 180LA adiantaram que estão "na transição
para a segunda fase: mostrar que estas crianças não são terroristas, que
precisam que as recebam bem".
A
equipa está a preparar o quarto filme, que vai ilustrar a vida de
crianças oriundas de outros países além da Síria, como o Sudão ou o
Afeganistão.
As animações da Unicef vão ser complementadas com um livro interativo que estará disponível a partir da próxima semana».
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